Sem dúvida, fortemente inspirados por jogos de tabuleiro como Dungeons & Dragons, video games japoneses, também conhecidos pela sigla JRPG, têm sido caracterizados desde os primeiros títulos dos anos 80 pela sua estética de anime colorida e, muitas vezes, pelos temas atuais.
Não há dúvida de que os desenvolvedores desses jogos japoneses foram sempre visionários: trabalho após trabalho, jogo após jogo, eles expandiram e enriqueceram o conceito de "jogo de papéis", tornando os JRPGs quase um gênero próprio, com regras e características estilísticas bem diferentes dos títulos ocidentais.
Vamos conferir juntos alguns dos títulos que definiram o gênero: entre tantos títulos nostálgicos, esperamos surpreendê-los com alguns menos conhecidos!
NOTA: Por simplicidade, nos limitamos a um título por série. A ordem desta lista é puramente aleatória.
Xenogears
Como muitos outros J-RPGs produzidos pela SQUARESOFT, a Xenogears foi inicialmente proposta à empresa como um possível tema para um jogo da série Final Fantasy (neste caso Final Fantasy VII). Criado por Tetsuya Takahashi junto com sua esposa Kaori Tanaka, ambos designers que haviam trabalhado em títulos FF anteriores, Xenogears se destaca do resto dos trabalhos da Square, devido a sua inclinação Sci-Fi e por não se esquivar de questões acaloradas.
Devido aos temas controversos do jogo, os Xenogears correram até o risco de não serem traduzidos e colocados à venda fora do Japão. Em meio ao simbolismo religioso, conceitos filosóficos e referências à psicologia de Jung e Freud, Xenogears certamente não foi o trabalho mais fácil de traduzir e promover no mercado internacional. No entanto, o jogo logo se tornou um sucesso entre os fãs, vendendo quase 2 milhões de cópias na época do seu lançamento.
A história de Xenogears segue o jovem Fei Fong Wong, que não tem lembranças antes de sua chegada ao vilarejo três anos antes. Quando a aldeia é atacada, Fei consegue contra-atacar os inimigos pilotando uma engrenagem sem piloto, acabando destruindo a própria aldeia.
O menino então deixa a aldeia junto com o médico Citan e depois de ter conhecido diversos personagens como Elly, um oficial de Solaris, uma das aldeias flutuantes, e Grahf que parece conhecer seu passado, Fei gradualmente descobre uma grande quantidade de informações sobre seu passado e a história de todo o planeta.
- Data de lançamento: 11 de fevereiro de 1998 (JPN)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Square Product Development Division 3 / Squaresoft
- Consoles compatíveis: PlayStation, PlayStation 3, PSP, PS VITA
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Chrono Trigger
Se você é fã dos RPGs japoneses, não se surpreenderá ao encontrar o Chrono Trigger nesta lista: este jogo já recebeu o título de "melhor videogame de todos os tempos" diversas vezes. Por trás desta obra-prima dos games encontramos verdadeiramente uma equipe dos sonhos: de Hironobu Sakaguchi, o pai da saga Final Fantasy; Yuji Horii, o criador da série Dragon Quest; Akira Toriyama, autor de Dragon Ball e designer de personagens de Dragon Quest; Takashi Tokita, roteirista e produtor de Final Fantasy IV e Live a Live; Masato Kato, roteirista e diretor de Ninja Gaiden; e ambos os compositores Yasunori Mitsuda e Nobuo Uematsu, para uma trilha sonora simplesmente inesquecível.
A equipe da Square sob a liderança capaz de Sakaguchi estava determinada a criar um game "nunca antes visto", e deve-se admitir que eles conseguiram cumprir essa missão: muitas das inovações introduzidas neste jogo, tanto narrativas quanto puramente de jogo, se tornaram cânones da indústria e influenciaram títulos posteriores de RPG e não RPG.
Em relação à trama, não é tão fácil explicar exatamente o que acontece em Chrono Trigger, pois a trama está fortemente focada em viagens no tempo. O protagonista Crono e seu amigo Marle estão separados durante uma misteriosa viagem no tempo no passado. Após algumas desventuras, os dois conseguem se reencontrar, quebrando um paradoxo temporal, mas no presente se encontram enfrentando um tipo diferente de consequências. O jogador logo se vê obrigado a fazer várias escolhas ao longo da trama que podem afetar o passado, o presente e o futuro, bem como os múltiplos finais do jogo.
- Data de lançamento: 11 de março de 1995 (JPN)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Squaresoft / Squaresoft
- Consoles disponíveis: Super NES, PlayStation, Nintendo DS, iOS, Android, Windows
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Secret of Mana
Secret of Mana, conhecido internamente como Seiken Densetsu 2, é a aclamada sequência de Final Fantasy Mystic Quest para o Super Nintendo. Como esperado, Secret of Mana, assim como o título anterior, é uma criação de Koichi Ishii, o criador dos famosos Chocobo e Moguri, assim como um dos principais designers dos 3 primeiros jogos de Final Fantasy!
O desenvolvimento do jogo, no entanto, não parece ter sido o mais fácil: apesar de terem trocado várias ideias com as equipes de Final Fantasy IV e Chrono Trigger, muitas novidades tiveram que ser abandonadas devido a problemas de capacidade de memória. O título deveria originalmente ser lançado no SNES-CD, mas depois que o console foi cancelado, todo o jogo teve que passar por severas modificações, incluindo o corte da trama planejada em 40%!
Porém, evidentemente, eles devem ter deixado o melhor no produto final. Ao longo dos anos, Secret of Mana tornou-se um verdadeiro título cultuado entre os fãs de jogos RPG, e não sem razão. O jogo é particularmente apreciado pelos seus gráficos coloridos e altamente detalhados, sua ampla história e seu inovador sistema de combate em tempo real.
Em termos de trama, Secret of Mana conta a história de três personagens (um menino, uma menina e uma criança espiritual) que embarcam em uma jornada para alcançar seus objetivos pessoais e reativar a sagrada Espada de Mana, visitando oito templos espalhados pelo mundo. Entretanto, eles são perseguidos pelos homens do império do mal, que se esforçam para obter a posse da Mana Fortress, uma arma que pode mudar facilmente o destino do mundo.
Infelizmente, devido às limitações técnicas da época, as traduções do jogo tiveram que cortar muito do texto original japonês - outro motivo para experimentar este jogo em sua versão original!
- Data de lançamento: 6 de agosto de 1993 (JPN)/24 de novembro de 1994 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Squaresoft / Squaresoft
- Consoles disponíveis: Super NES, FOMA 903i/703i, iOS, Android, Windows, PlayStation 4, PS Vita, Wii, Wii U, Nintendo Switch
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Breath of Fire IV
Entre tantos jogos de Squaresoft, finalmente encontramos um título Capcom! Este é o quarto título do Breath of Fire desenvolvido pela mesma equipe do Development Studio 3 por trás do terceiro capítulo da saga. Inicialmente planejado para a PlayStation 2, o projeto foi posteriormente reduzido e lançado para o PlayStation, sem muitos dos recursos originalmente planejados.
Os principais pontos fortes deste jogo são definitivamente a história e o charme do mundo construído por Makoto Ikehara e Tatsuya Yoshikawa. Apesar de na época o jogo ter que competir com os lançamentos de jogos tecnicamente superiores, como Final Fantasy IX, Breath of Fire IV nos mostra um mundo 2D com requinte e alguns exemplos inigualáveis de pixel art, que ainda resistem ao teste do tempo sem nenhum problema.
Em termos de história, nos encontramos seguindo Nina, a princesa alada do reino da Índia, enquanto ela procura sua irmã Elina, que de repente é atacada junto com sua equipe por um dragão enfurecido e acaba no deserto. O dragão, entretanto, se transforma diante de seus olhos no jovem Ryu que parece ter perdido completamente suas memórias!
O menino decide seguir Nina e ajudá-la a voltar à sua missão - até que os dois acabam atraindo a atenção dos capangas do antigo imperador Dragão Fou-Lu, que havia acabado de acordar de seu longo sono e que parece ter os mesmos poderes de Ryu! Assim começa uma jornada que de intrigas políticas e mini-jogos, levando-nos a descobrir os segredos de um mundo que é muito mais do que parece.
- Data de lançamento: 27 de abril de 2000 (JPN)/3 de agosto de 2001 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Capcom Development Studio 3 / Capcom
- Consoles compatíveis: PlayStation, Windows
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Final Fantasy IX
E entre os melhores JRPGs de todos os tempos, dificilmente poderia faltar um título de Final Fantasy, a saga que trouxe o gênero ao reconhecimento global. Optamos por incluir nesta lista o que consideramos ser o título mais representativo feito pela Squaresoft: Final Fantasy IX.
O nono capítulo da saga foi de fato o último capítulo da saga principal lançada antes da fusão da Square e da Enix, e foi desenvolvido e produzido pelos membros-chave originais por trás dos primeiros capítulos da saga. Desde os primeiros minutos do jogo, os fãs de longa data não podem deixar de se sentir em casa no novo mas familiar mundo criado por Sakaguchi & Co. Particularmente notável é a trilha sonora do mestre Nobuo Uematsu, que neste jogo realmente atinge uma maestria incomparável!
FFIX nos leva então para o requintado mundo de fantasia de Gaya, onde acompanhamos as aventuras de nada menos que oito protagonistas principais jogáveis e um rico elenco de personagens secundários.
A história começa no fatídico décimo sexto aniversário da Princesa Garnet do reino hegemônico de Alexandria: a capital se prepara para celebrar o esperado evento com uma apresentação teatral de uma trupe muito famosa que visita o Ducado de Lindblum.
Muitos, entretanto, aproveitam a multidão para perseguir seus próprios objetivos: a princesa tenta escapar do palácio, o afável ladrão Gidan tenta sequestrá-la com a ajuda da sua quadrilha, a pequena feiticeira Vivi só quer entrar sorrateiramente no teatro para apreciar o espetáculo, enquanto o dedicado cavaleiro Steiner se esforça para salvar a princesa e trazê-la de volta a sua majestade.
Embora a peça mantenha frequentemente um tom muito leve, se não às vezes nostálgico, a história logo se desdobra em algo maior, tocando alguns temas e reflexões muito profundas sobre o verdadeiro sentido da vida, nossas conexões com nossos semelhantes e a importância universal da memória.
- Data de lançamento: 7 de julho de 2000 (JPN)/16 de fevereiro de 2001 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Squaresoft / Squaresoft
- Consoles compatíveis: Playstation, iOS, Android, Microsoft Windows, PlayStation 4, Nintendo Switch, XBOX One
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The Legend of Heroes: Trails in the Sky
A série The Legend of Heroes da Nihon Falcom, infelizmente, nunca chegou ao velho continente, exceto entre fãs de JRPGs mais de nicho: mas não há nada melhor do que The Legend of Heroes: Trails in the Sky para começar a jogar esta saga convincente!
Este capítulo marca um novo começo para a série e pertence ao arco narrativo comumente chamado de "Kiseki" pelos fãs: o sexto capítulo na verdade não tem conexão narrativa com os títulos anteriores e serve como base para o resto da saga. Os vários capítulos "Kiseki" de fato acontecem ao mesmo tempo em diferentes locais do continente de Zemuria: a riqueza do mundo e a forma como as histórias dos vários jogos se entrelaçam foram aclamadas pelo público e pela crítica, com comparações com o universo de "Crônicas do Gelo e do Fogo" de George R. R. Martin e com o cenário "Dungeon & Dragons" de "Forgotten Realms".
Este primeiro capítulo segue as aventuras da jovem Estelle Bright e seu irmão adotivo Joshua enquanto viajam pela terra de Liberl para se tornarem membros de uma organização multinacional dedicada a proteger a paz e os civis. Durante sua jornada, eles se vêem envolvidos em vários incidentes a ponto de impedir um golpe de Estado contra a monarquia dominante. Entretanto, apesar da vitória, os problemas não acabam para os dois: o passado de Josué volta para atrapalhar os dois...
A saga foi posteriormente portada para PS3, PS Vita e smartphones: escolha a plataforma que prefere e aproveite as intrigas de Zemuria!
- Data de lançamento: 24 de junho de 2004 (JPN)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Nihon Falcom / Nihon Falcom
- Consoles compatíveis: Windows, PSP, PlayStation 3, PlayStation Vita, iOS, Android
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Tales of Symphonia
Embora durante anos a série de ação "Tales of" J-RPG tenha sido lançada na Europa com parcimônia e quase inteiramente em consoles portáteis, desde 2012 a série vem ganhando cada vez mais notoriedade também nas margens do velho continente, até o sucesso estrondoso dos recentes Tales of Arise.
O favorito do público, entretanto, continua sendo o título de 2003, Tales of Symphonia, e com razão! Inicialmente pouco conhecido porque só foi lançado para o Nintendo GameCube, um console de nicho de mercado na época, o clássico agora está de volta, graças ao remasterização em HD para o PS3 em 2013 e o port subsequente no Steam.
Olhando para trás, o enredo de Tales of Symphonia pode parecer um pouco clichê, mas a verdadeira força do jogo reside, por um lado, nos personagens e suas interações e, por outro, na riqueza do mundo e no conteúdo secundário: eventos, minijogos, missões secundárias... e muito mais! Concluir este jogo 100% não é nada fácil!
Mas do que este jogo se trata ?
Em Symphonia, seguimos o jovem simplório Lloyd Irving que decide acompanhar seu amigo de infância e o escolhido da regeneração, Colette, em sua perigosa jornada para salvar o mundo. Junto com o professor Raine, seu amigo Genis e o mercenário Auron, o grupo visitará vários templos ao redor do mundo para obter o poder do "Espírito de Invocação" e salvar seu mundo, Sylvarant, da ruína. Claro que, para nossa diversão, nada correrá conforme o planejado!
- Data de lançamento: 29 de agosto de 2003 (JPN)/19 de novembro de 2004 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Namco Tales Studio / Namco
- Consoles compatíveis: Nintendo GameCube, PlayStation 2, PlayStation 3, Windows, PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One
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Persona 5
Persona 5 pode provavelmente ser considerada uma das revelações J-RPGs da última década tanto em termos do número de cópias vendidas no mundo inteiro (atualmente 7,22 milhões!), quanto do número de críticas positivas, tanto do público quanto dos críticos. Um sucesso que pode parecer inesperado para muitos, mas não para os fãs de longa data da saga.
Como no Final Fantasy IX, Persona 5 pode ser considerada uma espécie de canto do cisne para a equipe principal da série: graças também ao sucesso deste título, a Atlus expandiu muito seu pessoal e se reorganizou internamente. Isto levou muitos membros-chave como a diretora de arte Katsura Hashino e o compositor Shoji Meguro a deixar a franquia em favor de novos projetos, ou mesmo a deixar a Atlus para trabalhar por conta própria. Isso não significa que não veremos novos jogos na série Persona: mas certamente devemos esperar muitas novidades!
Quanto à história, Persona 5 segue os acontecimentos do habitual protagonista taciturno cujo nome você pode definir como quiser, que depois de tentar salvar uma mulher do assédio de um bêbado e de ferí-lo involuntariamente, se vê preso pela polícia. Expulso da escola e com ficha criminal, o jovem se muda para Tóquio, onde cumprirá seu ano de experiência.
Mas as coisas não parecem se acalmar para nosso protagonista: por um lado, mesmo em seu novo ambiente, ele continua testemunhando injustiça por parte dos adultos e, por outro lado, estranhos eventos sobrenaturais começam a ocorrer na cidade... até que um dia ele mesmo se encontra com poderes!
Não podemos realmente deixar de recomendar este jogo a todos: rico elenco de personagens (expressado por um elenco igualmente estelar de dubladores), muitos mini-jogos e uma crítica feroz - que às vezes beira a sátira - de muitas das questões sociais do Japão de hoje.
- Data de lançamento: 15 de setembro de 2016 (JPN)/4 de abril de 2017 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: P-Studio / Atlus
- Consoles compatíveis: PlayStation 3, PlayStation 4, Nintendo Switch, PlayStation 5, Windows, Xbox One, Xbox Series X/S
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Pokémon X e Y
Entre todas essas histórias de fantasia, pode ser um pouco estranho encontrar um título do Pokémon: mas não há dúvida de que essa série faz parte do gênero J-RPG! De fato, a mecânica do jogo característica da série influenciou profundamente a criação de jogos como "World of Final Fantasy", "Ni no Kuni" e "Tales of Symphonia: Knight of Ratatosk".
Escolher um título representativo da saga não foi fácil. Cada novo jogo Pokémon, sempre foram introduzidas novas melhorias, tornando cada experiência de jogo única, porém familiar. Escolhemos o Pokémon XY por ser o primeiro título totalmente 3D da série e por causa do novo cenário com sua atmosfera européia. A beleza do cenário e do novo Pokémon foi um fator chave ao qual os desenvolvedores prestaram muita atenção durante o desenvolvimento, e os resultados refletem essas intenções.
Outra novidade interessante introduzida neste título é o conceito de Mega-evolução: por um curto período em batalha, é de fato possível evoluir temporariamente algum pokémon para uma forma aprimorada e usar ataques ainda mais poderosos. Finalmente, a funcionalidade online também foi expandida, permitindo que você lute ou troque Pokémons com jogadores de todo o mundo facilmente.
- Data de lançamento: 12 de outubro de 2013 (JPN)/12 de outubro de 2013 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Game Freak / Nintendo
- Consoles compatíveis: Nintendo 3DS
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Grandia II
Originalmente um título Dreamcast, Grandia II é a aclamada sequencia em 3D de Grandia. Desenvolvida por grande parte da mesma equipe que a Grand Arts, esta sequência se passa em um novo universo e trata de temas mais maduros que o primeiro título, começando com um protagonista com um passado sombrio e patrões mais grotescos. Em comparação com o primeiro título, também foi dada mais atenção aos detalhes do cenário para criar um mundo mais "vivido".
O jogo emprega um sistema de combate único, baseado em turnos com um componente de ação em tempo real, acrescentando aquele toque de imprevisibilidade que torna as batalhas muito mais interessantes. No decorrer do enredo, até um máximo de 6 personagens jogáveis podem ser usados, todos com habilidades e características únicas.
Tematicamente, como seu predecessor, Grandia II trata da avareza - mais especificamente, da degradação moral - e das consequências que as ações de um indivíduo podem ter sobre toda uma comunidade. Em particular, ela se concentra nos danos do descuido que uma organização religiosa incontrolada pode fazer a seus adoradores.
Nesta aventura, seguimos a jovem mercenária Ryudo, contratada para proteger e acompanhar a sacerdotisa de Granas, Elena, até a torre de Garmia, para que ela possa realizar uma cerimônia religiosa. Uma vez cumprido seu dever, porém, Ryudo ouve gritos vindos do local da cerimônia e, tendo corrido para lá, encontra todos os presentes mortos, exceto a própria Elena, que parece ter se tornado quase uma entidade diferente. Os dois descobriram mais tarde que a menina foi possuída por uma parte do espírito do deus malvado Valmar e partiram em uma aventura para tentar encontrar uma maneira de selá-la permanentemente.
- Data de lançamento: 3 de agosto de 2000 (JPN)/23 de fevereiro de 2001 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Game Arts / Game Arts
- Consoles compatíveis: Dreamcast, PlayStation 2, Windows, Nintendo Switch
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Dragon Quest V: Hand of the Heavenly Bride
Falar de JRPG sem mencionar Dragon Quest é como ir à igreja e proferir blasfêmias: é indiscutivelmente um dos progenitores do gênero. Apesar de ser mais conhecida em sua terra natal do que franquias como a Final Fantasy, Dragon Quest estranhamente sempre lutou para conquistar os jogadores ocidentais.
Um dos fatores que contribuem para a falta de popularidade da série na Europa é certamente a falta de tradução durante os anos dourados da PlayStation, que solidificou a reputação de séries como Final Fantasy. Por esta razão, muitos dos títulos históricos da saga permanecem por descobrir pelos fãs do gênero até os dias de hoje.
Escolhemos o quinto capítulo da saga para esta lista porque, além de ser é o primeiro capítulo DQ que não foi traduzido no exterior, também é o capítulo preferido de Yuji Horii, criador da série. Lançado pela primeira vez em 1992 para a SNES, esta versão só chegou ao Ocidente com o segundo remake para Nintendo DS em 2009! Em geral, é um título muito popular no Japão e é frequentemente mencionado em várias paródias do gênero, como na série de TV Yūsha Yoshihiko para Maō no Shiro, por exemplo.
No nível da inovação, este jogo introduziu diversas originalidades, alguns nunca antes vistos no mundo dos jogos: é o primeiro jogo da saga a ter uma masmorra adicional desbloqueável após a conclusão da história principal, além de oferecer a opção de "recrutar" alguns dos monstros encontrados para usá-los em batalha como em Megami Tensei.
Em termos de trama, DQ5 segue a vida do herói protagonista. Na primeira parte da história o vemos como uma criança, envolvido em uma série de aventuras junto com seu pai - enquanto em na parte seguinte, os encontramos 10 anos depois e seguimos em sua vida adulta. Entre uma aventura e outra, é possível escolher com quem casar e ter filhos que, por sua vez, podem ser usados em batalha! Não há nada melhor do que salvar o mundo com a ajuda da família!
- Data de lançamento: 3 de agosto de 2000 (JPN)/23 de fevereiro de 2001 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Chunsoft / Enix
- Consoles compatíveis: Super NES, PlayStation 2, Nintendo DS, iOS, Android
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Shadow Hearts: Covenant
Como muitos outros títulos desta lista, a saga Shadow Hearts foi inicialmente concebida por desenvolvedores que deixaram a Squaresoft. A série Shadow Hearts se baseia em parte nos conceitos que o criador Yūki Kikuta tinha em mente para as sequências canceladas do clássico de fantasia-horror Koudelka.
Sob a direção especializada do novo diretor de arte Matsuzo Machida, foi decidido expandir o mundo do predecessor Kuodelka com novas idéias originais, uma boa dose de humor e um toque de otimismo, tornando a busca da felicidade em suas diversas formas um dos principais temas do trabalho.
Gostaríamos de mencionar em especial a equipe de edição sonora: a trilha deste jogo é definitivamente algo único, mesmo para um RPG! A música deste segundo capítulo é mais uma vez o trabalho do maestro Yoshitaka Hirota, com contribuições de Yasunori Mitsuda (Chrono Trigger, Xenogears) e Kenji Ito (série SaGa, série Mana).
Shadow Hearts acontece em uma realidade paralela à nossa durante a Primeira Guerra Mundial. As personagens principais são Karin Koenig, tenente do exército alemão, e Yuri Hyuga, o protagonista do capítulo anterior. A história se abre sobre Karin que durante uma missão de sua tropa se vê atacada por um demônio, que afinal não é outro senão Yuri, que agora se tornou uma sombra de si mesmo após os trágicos acontecimentos do primeiro capítulo. Os dois eventualmente se aliarão e combaterão o inimigo comum representado pela organização terrorista Sapientes Gladio.
- Data de lançamento: 19 de fevereiro de 2004 (JPN)/11 de março de 2005 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Nautilus / Aruze
- Consoles compatíveis: PlayStation 2
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Wild Arms
Wild Arms é o primeiro RPG desenvolvido pela Media.Vision, originalmente encomendado pela SONY para promover a venda de seu novo console, o PlayStation! Embora o lançamento deste jogo tenha sido ofuscado pelo do Final Fantasy VII, Wild Arms foi tanto um sucesso de vendas quanto um de crítica.
Pesadamente inspirado nos Spaghetti Western de Sergio Leone, Wild Arms é ambientado no mundo mágico de Filgaia, cuja estética mistura elementos medievais, ocidentais e steampunk para um olhar inesperadamente coeso. Mesmo a trilha sonora reflete este mashup de gêneros: encontramos instrumentos como mandolins, violões acústicos e elétricos, vários instrumentos de percussão e assobios - mas também várias faixas puramente clássicas.
Em termos de trama, nos encontramos seguindo três personagens principais: o órfão Rudy, a princesa Cecília e o caçador de tesouros Jack. O jovem Rudy um dia usa uma das armas proibidas chamada "Arm" para salvar a vida de um menino e é, portanto, expulso de sua aldeia. Ao chegar na cidade de Adlehyde, após vários eventos ele encontra Cecília e Jack e os três, cada um impulsionado por suas próprias motivações pessoais, decidem unir forças e tentar deter a invasão dos demônios metálicos.
- Data de lançamento: 20 de dezembro de 1996 (JPN)/Outubro de 1998 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Media.Vision / Sony Computer Entertainment
- Consoles compatíveis: PlayStation
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Baten Kaitos: Eternal Wings and the Lost Ocean
Baten Kaitos é um JRPG 2003 desenvolvido pela Monolith Soft e Tri-Crescendo para o Nintendo Cube, especificamente para aumentar a biblioteca de RPG da plataforma. Como muitos dos jogos para este console, acabou passando despercebido na época, especialmente na Europa.
Apesar de ser um título de nicho de mercado, os produtores incluíram nomes importantes na indústria como Yasuyuki Honne (Xenogears, Chrono Trigger), Masato Kato (Chrono Trigger) e Motoi Sakuraba (Tales of Star Ocean).
Ao contrário da maioria dos RPGs, neste jogo você não se faz passar pelo protagonista, mas sim por um "espírito protetor" que pode interagir com o personagem principal Kalas e influenciar suas escolhas. No centro da mecânica do jogo estão os cartões mágicos chamados "Magnus" que podem ser usados para absorver vários itens e poderes no mundo e usá-los mais tarde quando necessário.
O protagonista Kalas acorda em um hospital possuído por um espírito de vingança contra o império, mas com poucas lembranças do que acaba de acontecer além da morte de sua família. Então ele decide ir verificar a área onde ele foi encontrado e lá ele salva o jovem Xelha de um monstro. Kalas decide ajudá-la a alcançar seu objetivo, mas a menina é logo sequestrada por um dos assassinos de sua família, James. Kalas decide então partir em busca dos dois, mas as coisas são muito mais complicadas do que parecem!
- Data de lançamento: 5 de dezembro de 2003 (JPN)/1 de abril de 2005 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Monolith Soft, Tri-Crescendo / Namco
- Consoles compatíveis: Nintendo GameCube
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Bravely Default
Bravely Default é uma jóia de 2012, infelizmente lançada apenas para Nintendo 3DS. É considerado por muitos fãs do gênero, o verdadeiro sucessor old school da série Final Fantasy, que com o passar do tempo tem tomado cada vez mais corações. As referências são bastante óbvias tanto em termos de estética quanto em termos de mecânica de jogo.
Isto não é coincidência: o título foi inicialmente concebido como uma sequência de Final Fantasy: The 4 Heroes of Light, um spin-off Nintendo DS da série principal. A equipe inclui vários 'veteranos da série', incluindo Akihiko Yoshida, designer de personagens de Final Fantasy Tactics e Final Fantasy XII, e Tomoya Asano, produtora de Final Fantasy III e Final Fantasy IV para 3DS.
Mas os grandes nomes não terminam aí, pois para criar algo verdadeiramente único, Asano recrutou vários gigantes do setor. No roteiro encontramos Naotaka Hayashi, conhecido por seu trabalho no romance visual Steins' Gate, para cuidar do design do personagem de Einheria e da classe Valkyrie encontramos Atsushi Ōkubo, o autor do mangá Soul Eater, e finalmente para compor a trilha sonora encontramos Revo of Sound Horizon, que mais tarde ganhou fama nacional pela música Guren no Yumiya, escrita para o anime Attack on Titan.
Bravely Default não poderia começar de uma forma mais mundana: a aldeia de nosso protagonista Tiz é completamente destruída e o jovem se encontra em uma jornada para entender o porquê e salvar o mundo (talvez). Acompanhando-o e orientando-o está a bela sacerdotisa Agnes, cuja missão é restaurar o brilho dos quatro cristais elementares, despertando-os e devolvendo o mundo ao normal.
Apesar de muitas metáforas e referências a outras obras, Bravely Default logo se destaca na forma que escolhe para lidar com certos temas e na escrita muito introspectiva dos personagens. Mesmo contendo várias reviravoltas que se desdobram na trama, a obra se destaca por evitar ser clichê.
A única desvantagem é que o jogo está atualmente disponível apenas no Nintendo 3DS. Quem sabe, talvez em algum momento também venha para o Nintendo Switch.
- Data de lançamento: 11 de outubro de 2012 (JPN)/11 de outubro de 2012 (EU)
- Desenvolvedor/distribuidor japonês: Silicon Studio / Square Enix
- Consoles compatíveis: Nintendo 3DS
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